sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ponto

Eu não tinha um pergaminho, só um pouco de tinta. Queria contar alguma história, queria ouvir além do choro, sentir por trás da pele, por trás do toque, fazer uma viagem. Sair do meu corpo pra ver outro mundo lá fora. Miragem. Encontrei no meio do caminho, um relógio jogado no chão. Abaixei e vi que ele ainda marcava a hora. Duas e sete, ele dizia. Corri pra ver se dava tempo de pegar o ônibus, mas me lembrei que o tempo não existe. Sentei no meio fio, ora pois, quem resiste? Quem desiste? Depois de ver passar um pouco de encanto, me levantei e fui à padaria. Mentira. Eu nem sei de tirar uma xícara de café...

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