segunda-feira, 30 de junho de 2008

Prefácio

Relato aqui, que ao mergulhar em meu mundo cheio de magia, cheio de sonhos, metas e travessuras
estará mergulhando em meu eu,
um eu que já não foi eu,
um eu que sofreu e não percebeu,
um eu que sente saudade e vontade,
um eu que as vezes busca refúgio em uma cama,
um eu que ama.
Um eu que busca.

Que não cansa e tem esperança.
Um eu que dança,
canta, ouve, fala.

Sussurra baixinho quando deita, uma oração.
Ora, são nessas horas que se ganha força.
A única hora que a vida não te põe na forca.

A única hora que podemos mostrar nossas fraquezas momentâneas a nós mesmos.
A única hora que se chora a saudade e depois sorri porque a sente.

Vai saber o que se passa na cabeça dessa gente...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Gratidão.

Ontem, levantei as mãos pro céu e agradeci todas as bênçãos que tenho em minha vida.
Todos os anjos que surgem,
todas as palavras, vozes, gritos e canções escutadas,
todas as poesias lidas e escritas,
todas as verdades ditas, as que acompanham minha caminhada,
e até aquelas que já me foram escondidas.
todos os medos, todas as quedas, todas as perdas,
danos,
enganos.

Ontem, ao entrar no banho, vi o quanto é bom sentir o lavar.
O lavar da alma, o louvor e a graça.
Tudo de ruim que me tomou um dia,
e fez escorrer pelas bochechas lágrimas quentes,
ferventes.
Como um ácido, corroia, doía. Eu sofria.
Agonia.

Mas ontem, levantei as mãos pro céu e agradeci todas as bênçãos e todas as cruzes que tive, tenho e terei em minha vida. Pela décima sétima vez.



terça-feira, 24 de junho de 2008

Amargo.

De sabor desagradável, áspero, cruel.

E eu aqui sentido tudo doce. Cheirando as flores. Ouvindo a voz de quem encanta.
Espanta.
Espanta o mundo que me espanta em meio a tanta planta morta.
Torta, jogada.
Varrida, sem vida.
Sem cor, sabor, Amor.

Um dia eu hei de fazer culminar a bandeira do louvor.
Nela vai estar escrito que o Amor venceu e nada mais morreu.

E a palavra amarga será subtraída da vida.
O gosto amargo perderá o posto.

Do amargo, vai sobrar só o amar.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Ironia.

Coisa fria, o dia já não é mais dia.
Já não há luz, apenas uma cruz que os pequenos carregam.

Ironia.
Eu digo pequenos porque é o que vemos.
A vida faz com que até os engrandecidos diminuam.
Diminuam por causa da fraqueza.
Por causa da agonia do ego. Do egoísmo.
Diminuam diante do dia. Dia ante dia.

Eu rezo e prezo aqueles que vêem apenas a escuridão.

E enquanto grito, o mundo dorme.
Enquanto planejo as crianças passam fome.
Enquanto vivo, o que era pra ser vivo, morre.
Enquanto durmo o relógio corre.
Corre, corre sem parar.

Nós não fazemos nada. Ou até fazemos.
Acordava, ia à padaria. Dava bom dia, a velha sorria com olhos abarrotados de esperança. Esperando mudança.
Mas nossa vida é só festança.
Come, bebe, enche a pança.
E o tempo avança,
você nem ao menos lança alguma lança. (Não alcança.)
Nem balança o esqueleto.
Nem move nem sequer um graveto.
Não tem disposição pra abaixar e apanhá-lo do chão.
Imagina se ele estivesse no topo da árvore?
Não esticaria os pés. Esticaria?

Aprenda que se fizer alguma força, se engrandece. Cresce.
Não se deixe padecer.