sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Empurra-empurra

Existe, nos dias de hoje, uma rua muito esburacada perto da minha casa. A calçada parece pedra-pomes e o meu saltinho fino fica prendendo toda hora até que eu caí.
Liguei na prefeitura pra reclamar e aí se desencadeou aquela tática infindável dos atendentes de telemarketing que te transferem pro outro setor e outro e outro, fazendo você arremessar o telefone longe e ganhar o primeiro lugar em lançamento de dardos.

O que acontece: Preciso muito de muita massa corrida, cimento, pedreiro, trabalho duro ou qualquer coisa que o valha pra reconstruir tudo isso.






Caso contrário corro o risco de quebrar as pernas.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Em tempos de angústia contida

De repente a serpentina deixou o caimento fazer-se leve feito pena, e que me leve!
E que por duzentas vezes me lave pra eu poder contar até uma dúzia enquanto espero balançando as perninhas, tal qual minha prima que aos seis se deita de bruços na hora de desenhar coisinhas, diz ser papai mamãe irmã e eu nem sequer os reconheço. Meu lado de dentro sente saudade do seu.


E de repente o tempo todo suspirava pelos cantos rindo da cara que eu fiz de início, com o marasmo e maresia daquela praia poluída dos pés a cabeça, mas quem liga? De fato você tem razão quando diz que eu não acreditava tanto assim em tudo aquilo que estava prestes a acontecer - que agora acontece e é uma constante.
Dê-me florete, espada e sabre pra eu praticar meu esgrima contra todo contratempo, porque o meu lado de dentro sente.










- Touché!






B.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

2 mil e ONZE

2011 foi, de fato, o ano do onze.


Geralmente escrevo sobre meu ano no último dia dele, que é pra finalizar o ciclo de uma vez por todas e me considerar limpa depois dos fogos.
Não o fiz talvez pela correria no trabalho, em casa, nos preparativos, mas acho que cabe dizer aqui que quis fazer da virada uma vírgula e não um ponto final.

Meu ano foi crescimento. De janeiro a, nesse caso, janeiro.
Comecei sem lar, sem faculdade, sem emprego, sem par e ao mesmo tempo com tudo. Assisti a festa da Avenida Paulista no apartamento enorme da Susi ao lado da família, rindo, comendo, aproveitando os tios e primos. Depois voltei pra cidade de sempre, na casa de sempre, com os móveis de sempre pra esperar o resultado do vestibular.
Passei, me matriculei, me desesperei atrás de casa até voltar pro Rio e dar início a isso que não quero finalizar aqui, como disse ali em cima. Pra quem nunca tinha trabalhado, mudei de emprego três vezes. Encontrei no meio do caminho uma pessoa que é de verdade. Troquei de casa, pulei de galho em galho, aprendi a fazer abobrinha recheada, a usar máquina de lavar. Aprendi a não faltar com os compromissos só porque tá chovendo e parei de inventar dor de cabeça pra mamãe me buscar mais cedo.
Aprendi.


No tempo dos homens estamos entrando em mais um bloco de vida, em mais uma chance, em mais promessas de começar a dieta na segunda. Eu só quero continuar o que comecei ano passado. Continuar a crescer sem parar, a aprender, a fazer com que as coisas se movam de fato sem ficar reclamando no sofá comendo trakinas. Quero conquistar meu espaço, construir minha casa, valorizar e tentar fazer com que meu exterior diga um pouco mais sobre o que há do lado de dentro. Quero mais cor. E nada disso me soa como meta.
A meta desse ano doze é deixar de lado os maus hábitos. O resto eu já aprendi como faz.

É só continuar buscando.







... Aí eu passei a virada de azul.