sábado, 27 de novembro de 2010

"Eu costumava ser intensa. Não era um dedo da falta de ser que sou hoje.

Vou contar meu segredo pra esse enorme espaço vazio. Eu odeio salto. Eu odeio parecer igual a todas aquelas meninas. Eu tenho nojo de gente rasa. Detesto parecer normal, não transparecer...

Eu escrevia cartas! Cartas pra pessoas que eu não conhecia! Enviava pra qualquer cep em enormes envelopes coloridos. Era incrível a felicidade da pessoa que recebia.
Aos 16 me afogava no sofá da sala ouvindo Death Cab.
Adorava abraços.
Hoje em dia eu fujo deles. E se me dão eu choro. Choro por vergonha só de me imaginar chorando, e o desespero sobe pelas minhas pernas, tento fazer força pra engolir o que quer fugir de dentro, o pouco oco que resta, mas é sempre impossível.
E assim me acabo a cada gesto de carinho.

Eu costumava sentir sem medo. Não tinha um pingo do controle que me freia hoje.

Vou cantar minha verdade pra esse imenso eu que sei que escondo aqui dentro. Eu não culpo ninguém. Eu não culpo nem os ciclos. Eu fui avisada. Muito bem avisada. E preciso me resgatar o quanto antes.
Vocês não me conhecem. Nem eu me conheço mais.
Respondam rápido:



É melhor apanhar do sentir ou viver sem amar?"

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

E virou um monstro.

Depois de tantos tapas, de tantos beijos, de tantas faltas
Depois de tantos almoços, casa, canto, de tanta mão
de tanto ombro, encanto, peito e coração.
Depois de tanto sim.

Depois do desamor
e daquela última carta-resposta
Depois da nota, do tato.

Depois dos doze adeus.


Eu virei um monstro.