segunda-feira, 28 de julho de 2008

A fabulosa história dos Scharra.

Ora quem ousaria contar tais fatos e relatos, tais pecados e segredos guardados?

Era um menino que não sabia quais eram as cores que pintavam suas histórias, era um menino sem muita memória. Preferia acordar e esquecer o que havia vivido na noite anterior. Levava uma vida sem muito Amor. Banhada de Deus e eus. Mas sem muito Amor.
Não sabia onde poderia aplicar seus poderios, já que nem ele mesmo sabia quais eram. Faltava luz. Faltava água... Faltava gás. Mas sobrava telefone. Pra combinar pra onde iria naquela noite. Beber sem ver era seu lazer. Viver, viver, sem ninguém a te prender.
(...)

Era uma menina que sabia quais eram as cores que não pintavam suas histórias, imaginava dentro de seus eus, com a ajuda de Deus, as cores que faltavam. Preferia acordar e escrever o sonho que havia tido na madrugada fria. Ela sabia. Ela podia, ela esperava. Esperava e orava por alguma luz.
Alguma luz que ela também não tinha. Mas talvez soubesse aonde encontrar.
Em uma noite vazia fora pro mar, olhar o luar, ficar a sonhar, ficar a pedir. Ficar a esperar por algo a vir.
(...)

Era uma noite em que o menino e a menina se encontraram, não seus estados físicos. Mas sim seus espíritos cheios de fé. E deu-se a luz. A que ninguém até então tinha.
Assim que os dois se encontraram, as cores e histórias tomaram cada qual seu devido lugar. Agora tudo tinha luz, luar. Parecia algo lunar... A cena se passava bem devagar.
As almas se amaram por um tempo, e era tanto amor que nem queriam saber dos corpos.

Quando os corpos se uniram formando o abraço mais puro do mundo, eu estava.
Eu vi. Eu chorei por dentro de tanta emoção.

A menina viajara por uma noite inteira e mais a metade de uma manhã de sol, pra satisfazer a vontade de o ter, de o ver, de o receber. Ah! Os prazeres do corpo! Tato, olfato, visão, paladar e audição...

L'amour de moi, uma canção. A canção francesa mais linda do século XV.
Acredito que as almas se amam desde muito antes.

Hoje eu me sinto como um anjo, vivo a proteger os Scharra. E canto.
Canto a canção-encanto. Canto pra não haver pranto derramado nos lençóis do casal que é a minha vida, os cubro com o manto.
Acalanto...

3 comentários:

Willian disse...

ai ai senti-mental!!!

Cin disse...

Lindo e tocante!
Bjos!

Unknown disse...

não me canso de ler, e me impressionar com você, como eu te amo e te admiro (L)