sábado, 9 de agosto de 2008

Por trás da cortina.

Mordaça, trapaça, arregaça a manga, amassa a canga. Prende o ar e cobre o corpo com a cortina cinza.
Desatina com a fina fita branca, enforca as origens, pega o cabelo e o leva até as narinas.

Sente o cheiro e sente muito.

O velório está marcado e um lugar está guardado, no purgatório.

Ouvia um falatório em sua cabeça e uma voz ecoando sozinha. Sussurrando que tinha alguém vendo o atentado, atendo, sangrento.

Eu era a voz, eu era a vítima, eu era quem via.

Se ao menos pudesse contar isso à alguém um dia...



A lágrima quente escorria e tocava a mente que mente.
Mente mas sente. Sente o frio vindo, lento, tomba, morre e é sugado para um lugar onde o fogo queima a alma.
Foi um presente.

Um comentário:

Willian disse...

seus texto são para ser ouvidos e não lidos...

Como lido com isso?
Não lido?