sábado, 26 de março de 2011

Naquela hora só pensava no que eu escreveria ao pisar em casa, me jogar na cama com os contos e deixar escorrer mais aquela verdade.
Queria trazer a lua pra dentro de mim, ou pendurar no quarto de uma sexta que tinha tudo pra ser só uma sexta como qualquer outra quinta.
Queria construir um castelo com meus próprios dedos. Reino, servo, coroa e banquete. Surpresa, um, dois, três, doze mil oitocentos e setenta e nove e até contar todo o incontável daria pra dar a volta ao mundo com você no 2113.
Queria conseguir ficar brava e fazer cara de é verdade pra você acreditar e se afogar em mil desculpas prometo não fazer mais.
Queria apagar esse seu eu quase monocromático pra fazer de dois um três e te banhar no meu bom gosto às quartas e domingos.
Queria Enya feat Gritando HC pra misturar feito aquarela e no pincel fazer o roxo com seu azul e o meu vermelho.
Unir todos os gostos e rostos, toques e um toldo bem no meio da praia vermelha, que aquela única luz iluminasse suas costas e que não estivesse tão frio.
Ferver numa panela de pressão nossas histórias com salsinha, alecrim, cebolinha, sal, alho, um vidro inteiro de tempero e fazer o cheiro exalar por todas as cozinhas.
Confeitos e velas, enfeites e bolas, retalhos, ampulheta pra medir o tempo que é pouco, um tanto tonto e ainda assim simétrico e ensaiado.
Copos coloridos, uma cesta de novelo de lã, eu queria mesmo só a primeira pessoa do plural e conseguir explicar exatamente o que eu sinto.


Calhou de, dessa vez, eu ter meia folha de papel e uma caneta.
Só vim aqui te avisar que vou começar a escrever.




Betina.

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