quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ambiente: a mesma sala arejada com sua poltrona vermelha e seu criado-mudo.
Data: 09 de setembro de 2009.

Situação: Uma mulher beirando seus 42 anos, revoltada com a indecisão de alguns jovens que não sabem aproveitar a vida que o amor tem pra dar.

"Nunca fui de regular sentimento, não. Eu sempre tive Amor em mim, mesmo que 'os amores' saíssem pela mesma porta que entraram. Era bem intensa. Quando estava feliz, eu estava mesmo. Quando triste, desabava. Parecia que meu problema era o maior do mundo. Depois fui descobrindo que o problema é o mundo, em carne, osso e emoção. Uma loucura! Escasso, tudo muito escasso. Olhava pro espelho, roubava um batom da bolsa e já ia escrevendo meio verso livre. Hoje eu fico aqui, sentada fumando meu Djarum Black, cigarro de frutinha. Entre uma tragada e outra, revelo mais uma face que me habita. E eu garanto pra vocês, todas elas amam. Todas elas espalham amor junto com a fumaça, até irem desaparecendo e dando lugar pra outra. Nova.
Esse é meu grande segredo. Nunca matar o amor. Você pode ir morrendo, aos poucos. O cigarro pode te ajudar nessa etapa... Câncer de pulmão, dentre fraco, amarelado. É, o sorriso é primordial pra manter-se vivo, pode anotar o que digo. Apesar de aparentemente ser só mais uma desocupada, apesar de aparentemente sempre ter sido só mais uma desocupada, eu amo. Sempre amei e sempre vou amar. Tanto tipinho aí, que trabalha, estuda e ainda faz natação se achando pleno. Na realidade você pode fazer tudo e pode não fazer nada. Mas se amar, vai se sentir sempre completo."

2 comentários:

Anne Martins disse...

ô flor, então passe sempre que quiser. =D
A proposito, maravilhoso esse seu texto, o que chega a ser uma redundância, mas enfim.
Beijo.

Paulo Henrique Motta disse...

um primor...