domingo, 28 de dezembro de 2008

Retroexpectativa.

Ainda consigo me lembrar do primeiro segundo do ano. Pode até ser um mero engano, mas foi doce. Depois de alguns minutos o doce ficou amargo, como se o manjar e a torta de mel se fizessem fel.

(...)

Dizem que o ano só começa depois do carnaval.

Pois bem, meu bem, pulei o carnaval sem dó nem piedade. Mal vi o movimento todo que se fazia na cidade. Com serpentes e serpentinas e já com essa idade, parecia que o que eu não tinha era vontade de sair e respirar. Bastava minha casa e minha cama.

Adormeci.


Mas não morri.


Eu até pensei que não daria conta do pranto que sobrava em cima da mesa, ao lado da xícara de nostalgia. Naquela noite, faltava a alegria (ela tinha saído com os amigos).

Nas semanas seguintes eu andei pela rua, e lavada pela chuva em alguma esquina, encontrei a cura da minha alergia.

Veio em forma de abraço, embalado com o badalo do sino das dez da noite, com a brisa da estrada cheia... Veio em forma de sorriso de anjo, em caminhos de veia...


O ano foi bom, foi pleno, foi puro. E dessa vez eu aprendi a reconhecer quando é veneno.

Não me faltou nada, apesar de entrar em contradição a cada vez que paro pra pensar e reviver alguns momentos.

Foi leve feito vento.


Consegui descansar.

Agora eu sei o que fazer, o que buscar.



E eu vou encontrar.




Tudo depende do início.

Bom 2009,

Que não lhes falte serviço.




Rebecca Garcez.

Nenhum comentário: