domingo, 19 de outubro de 2008

Provecto

Virou a esquina e resolveu fazer uma parada.
Na bagagem só levava a simplicidade dos seus toques.
A timidez se alojou em seu sorriso, os olhos cor de mel ficaram encarregados de cuidar de seu juízo.
Não costumava dizer muita coisa, tinha mania de ouvir.
Ouvia, atento, tudo o que ela dizia
Insanidades, verdades, maldades...
Nem se importava com sua pouca idade.

Acrescentava em cada suspiro, uma colher de sopa de mistério.
Ninguém ousava perguntar qual era o enredo, o desfecho.

E num disparo, ele se depara com a luz que aguardava.
Nas mãos um retrato,
nos pés um fato.
Na boca um relato.

Todavia, ele não se atrevia.
Apenas seguia calado.

2 comentários:

Ester disse...

Olá Rebecca!

Parabéns pelos inspirados poemas!
Gostei de tudo o que li. É nítido reconhecer sua sensibilidade na musicalidade de seus poemas. Gostaria de conhecer suas obras descritas no final do blog.

beijos poéticosº

antesdascinco disse...

beijos poéticosº haha