terça-feira, 14 de abril de 2009

A ante até após, com contra, de desde durante.

Meus dedos adormeceram, me obrigando a escrever no pergaminho da mente. De repente, eu apaguei. Já tinha cansado de mastigar todas as noites a mesma solidão. Alguém aí me dá uma nova? Se bem que solidão, uma ova. Eu vivo rodeada de vidas, amigos, amores. Mas ninguém no mundo todo há de suprir aquela falta. Pois então eu fico aqui. Aqui, ali, lá... Bebo até cansar, pra depois perder tudo pela pele, pelo pêlo, papel, pena. Que pena. Perdida na madrugada que eu não tenho, é só sol. Só sol. Maldita luz. Se ainda fossem duas ou três... Mas não! É só uma. Só a do sol. Só ele mesmo pra ser iluminado à essa altura do campeonato. E nem estou falando de futebol... Não ainda. Mas eu bem queria.

Analgésico também serviria. Antibiótico já não adianta. Sabe quando o corpo se acostuma com o veneno que escorre por dentro e se torna imune?
Igual ao meu assassino que ficou solto por aí, impune.

Amarelinha pra brincar eu bem queria... Melancia pra me lambuzar. Adjetivo pra qualificar. Escova pro cabelo, pentear. Música para aos ouvidos encantar. Advérbio pra intensificar. Gosto pro mundo todo saborear. Artigo pra definir. Cores e caras pra pintar. Conjunção pra me conectar.
Triste final, o meu.



A droga que eu preciso, esqueceram de inventar.

Um comentário:

antesdascinco disse...

Meu amor, como sempre tudo o que escreve é lindo, como você !