sábado, 20 de junho de 2009

Doze passos pra frente, atravesse a ponte, entre na primeira a direita e lá está ela. Linda, robusta, sempre à espera. Ninguém um dia chegou a imaginar o que se escondia por trás daquela porta de oito metros e meio, feita de madeira, toda trabalhada por finas mãos. Em volta, um vazio. Eco, sem brisa leve, chuva, muro, cor. E eu me adentrava todas as sextas-feiras tentando buscar o que havia perdido por ali, já na infância, junto com algumas peças do lego. Longas férias, invernos bem quentes, gargalhadas, asas, grama, pernas, meias e casacos de lã, rosquinhas de nata, xícaras de café, terra pra pegar, sentir esparramar pelas mãos bem devagar, e eu, sozinha, rolava pelos cheiros e finais e gostos e toques e agostos inteiros... Até se fazer presente, a amiga primavera e seus ipês, amarelo e rosa, sempre nós três, sentava embaixo das árvores, rolando pelos campos, dançando, arranhando, bebendo, deitando, sentindo...







Fugindo.

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