Vi dar os maiores passos
Vi levar os piores tombos
Vi dar os maiores laços
Os melhores traços.
Vi cantar o canto mais bonito
(ou) Vi, de longe, o grito mais grave, aflito.
Eu vi, ouvi.
Eu vejo.
Fica aqui meu ensejo
Quero ser o melhor par.
Eu divido com você o sonho
E até os fones dos aparelhos de som
Eu dou valor ao seu tom!
Mas você dá valor à minha cor?
Ou apenas sente o sabor?
Leva contigo o odor?
O calor?
Eu suplico:
Por favor...
Deixa pra trás aquela dor.
sábado, 16 de agosto de 2008
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Monólogo.
Andava a toa, sem pro lado olhar, sem a frente ver e com medo de morrer.
Fazia cara de mau, unhas grandes, facão e um pedaço de pau.
O carregava nas costas enquanto a chuva regava a culpa. O insulto na porta da boca, esperava a hora de mostrar a fúria. Na cabeça só ódio e lamúria.
Os amigos ele esqueceu há uns sete quarteirões. O cachorro fiel que o seguia fora chutado. Não servia.
Para ele, nada se via e ele nada dizia.
Dirigia-se em direção à orgia, mas sem nenhuma regalia.
Todavia, toda vida, ele não sabia que quem alimenta más intenções não pode entrar pelos portões brancos.
Foi então que passou ao seu lado, ele mesmo.
Preso em um mundo onde já não se pode mais pedir arredo.
Olho no olho, e o olho vermelho servia de espelho para o que se via agora à sua frente.
O outro ele só trazia um pente. E a vontade quente de se libertar daquela gente.
Agora, não se sabe se há vítima.
Pela sétima vez ele chamava a santa.
Até morrer com um rasgo na garganta.
Fazia cara de mau, unhas grandes, facão e um pedaço de pau.
O carregava nas costas enquanto a chuva regava a culpa. O insulto na porta da boca, esperava a hora de mostrar a fúria. Na cabeça só ódio e lamúria.
Os amigos ele esqueceu há uns sete quarteirões. O cachorro fiel que o seguia fora chutado. Não servia.
Para ele, nada se via e ele nada dizia.
Dirigia-se em direção à orgia, mas sem nenhuma regalia.
Todavia, toda vida, ele não sabia que quem alimenta más intenções não pode entrar pelos portões brancos.
Foi então que passou ao seu lado, ele mesmo.
Preso em um mundo onde já não se pode mais pedir arredo.
Olho no olho, e o olho vermelho servia de espelho para o que se via agora à sua frente.
O outro ele só trazia um pente. E a vontade quente de se libertar daquela gente.
Agora, não se sabe se há vítima.
Pela sétima vez ele chamava a santa.
Até morrer com um rasgo na garganta.
Suco de açúcar.
Esbanja sabor?
O açúcar cobre o gosto da fruta furtacor
Furta o gosto.
E as mãos só sabem colocar mais e mais açúcar.
Falta paz ao rapaz.
Ele adoça e treme.
Treme, treme, treme e teme.
Teme não sentir mais gosto algum.
A fruta estava podre.
Porém, não se sentiu.
Porque o gosto da fruta, o açúcar cobriu.
O açúcar cobre o gosto da fruta furtacor
Furta o gosto.
E as mãos só sabem colocar mais e mais açúcar.
Falta paz ao rapaz.
Ele adoça e treme.
Treme, treme, treme e teme.
Teme não sentir mais gosto algum.
A fruta estava podre.
Porém, não se sentiu.
Porque o gosto da fruta, o açúcar cobriu.
Dois tipos da mesma espécie.
Homem comum:
Nasce, cresce, se reproduz e morre.
Homem divino:
Nasce, cresce, cresce, cresce, cresce, cresce, cresce, cresce, cresce, cresce...
e diante dos olhos fartos jamais apodrece.
Nasce, cresce, se reproduz e morre.
Homem divino:
Nasce, cresce, cresce, cresce, cresce, cresce, cresce, cresce, cresce, cresce...
e diante dos olhos fartos jamais apodrece.
Vida.
Vi dar os maiores passos
Vi levar os piores tombos
Vi dar os maiores laços
Os melhores traços.
Vi cantar o canto mais bonito
(ou) Vi, de longe, o grito mais grave, aflito.
Eu vi, ouvi.
Eu vejo.
Fica aqui meu ensejo
Quero ser o melhor par.
Eu divido com você o sonho
E até os fones dos aparelhos de som
Eu dou valor ao seu tom!
Mas você dá valor à minha cor?
Ou apenas sente o sabor?
Leva contigo o odor?
O calor?
Eu suplico:
Por favor...
Deixa pra trás aquela dor.
Vi levar os piores tombos
Vi dar os maiores laços
Os melhores traços.
Vi cantar o canto mais bonito
(ou) Vi, de longe, o grito mais grave, aflito.
Eu vi, ouvi.
Eu vejo.
Fica aqui meu ensejo
Quero ser o melhor par.
Eu divido com você o sonho
E até os fones dos aparelhos de som
Eu dou valor ao seu tom!
Mas você dá valor à minha cor?
Ou apenas sente o sabor?
Leva contigo o odor?
O calor?
Eu suplico:
Por favor...
Deixa pra trás aquela dor.
Eu tenho a vida inteira.
Tento tento tento
Tento tento Amor
Tento falar tento
Tento dor
Tendo cor
Tento tanto
tempo!
Tento o vento.
Eu tento de todas as formas fazer não faltar tinta no nosso quadro.
No nosso quarto.
"Mundo farto!"
No nosso fardo.
Tento tento Amor
Tento falar tento
Tento dor
Tendo cor
Tento tanto
tempo!
Tento o vento.
Eu tento de todas as formas fazer não faltar tinta no nosso quadro.
No nosso quarto.
"Mundo farto!"
No nosso fardo.
Eu tenho dois minutos.
Tempo tempo tempo
Tempo tempo tento
Tempo tempo tanto
Tempo tempo tenho
Pouco tempo tempo
Tempo tempo tempo
Tempo dor sem pudor
Tempo tempo tempo
Perco tempo tempo
Terra tempo tempo
Ganho tempo guerra
Tempo tempo tempo...
Tem poeira nos meus olhos
Quando eu vejo tempo
Eu tento tanto e tenho
pouco tempo...
Tempo tempo tempo,
Tempo dor sem pudor.
Perco tempo, Terra ganho guerra.
Tem poeira nos meus olhos quando vejo tempo.
Eu tento tanto...
O que é tempo?
(É só uma palavra feia.)
sábado, 9 de agosto de 2008
Por trás da cortina.
Mordaça, trapaça, arregaça a manga, amassa a canga. Prende o ar e cobre o corpo com a cortina cinza.
Desatina com a fina fita branca, enforca as origens, pega o cabelo e o leva até as narinas.
Sente o cheiro e sente muito.
O velório está marcado e um lugar está guardado, no purgatório.
Ouvia um falatório em sua cabeça e uma voz ecoando sozinha. Sussurrando que tinha alguém vendo o atentado, atendo, sangrento.
Eu era a voz, eu era a vítima, eu era quem via.
Se ao menos pudesse contar isso à alguém um dia...
A lágrima quente escorria e tocava a mente que mente.
Mente mas sente. Sente o frio vindo, lento, tomba, morre e é sugado para um lugar onde o fogo queima a alma.
Foi um presente.
Desatina com a fina fita branca, enforca as origens, pega o cabelo e o leva até as narinas.
Sente o cheiro e sente muito.
O velório está marcado e um lugar está guardado, no purgatório.
Ouvia um falatório em sua cabeça e uma voz ecoando sozinha. Sussurrando que tinha alguém vendo o atentado, atendo, sangrento.
Eu era a voz, eu era a vítima, eu era quem via.
Se ao menos pudesse contar isso à alguém um dia...
A lágrima quente escorria e tocava a mente que mente.
Mente mas sente. Sente o frio vindo, lento, tomba, morre e é sugado para um lugar onde o fogo queima a alma.
Foi um presente.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
O caos da rosa.
Olha lá! Até as pétalas em guerra.
Guerra pra ver quem vai sentir a terra
Mas conforme o caos come
a rosa
morre.
A pétala
cai.
E então anarquia se faz, meu pai!
Quando se vai, se cai, se ganha.
Nunca vi tanta barganha.
Se ganha, porque mesmo morta
a delicada pétala torta
abre uma porta pra sentir a terra.
Acorda...
Guerra pra ver quem vai sentir a terra
Mas conforme o caos come
a rosa
morre.
A pétala
cai.
E então anarquia se faz, meu pai!
Quando se vai, se cai, se ganha.
Nunca vi tanta barganha.
Se ganha, porque mesmo morta
a delicada pétala torta
abre uma porta pra sentir a terra.
Acorda...
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Sanduíche de migalomorfa.
Estava posto em cima da mesa. E o garoto não sabia seu gosto.
Despertou ao amanhecer, ficou na cama por alguns minutos organizando seus pensamentos.
Não rezou, não agradeceu, não acreditava... E ainda ria de quem por ele orava!
Pisou no chão gelado, perdera a meia em meio à cama.
Se arrastou pelas paredes, com um olho aberto e outro fechado, estava acostumado...
Apoiou-se na pia, olhou-se no espelho, não gostava do que se via.
Cadê a luz que irradia?
Um reflexo saía de seus olhos verde-água.
Deixava correr a água pelas mãos quentes.
Sorriu, só pra ver se ainda tinha todos os dentes.
Seu braço magro, coberto por hematomas, só tinha força pra estender uma rosa a quem amava.
A quem por ele orava e chorava, por ele acreditava.
Vestiu sua camisa amarrotada e seguiu rumo a cozinha bagunçada.
Morava sozinho porém, acompanhado.
Morava sozinho em seu quarto, morava sozinho em sua vida.
Uma vida que não tinha vida, uma vida morta já que era um morto-vivo.
"Bom dia!" - era o que o bule o desejava.
"Bom dia só se for pra você, bule estúpido!"
Olhou para os armários e notou que estavam todos fechados. A louça, lavada. A pia, arrumada.
Fez uma cara de espanto e seguiu até a lavanderia. Roupas passadas, camisa engomada, e um bilhete. "Não coma o sanduíche. Com amor, Alana."
"Ora, que inferno. Quem cuida de alguém aqui, sou eu!"
Cuidava de Alana como se fosse sua filha. Mas não cuidava de seu eu, de seu seu.
Voltou para a cozinha e lá estava, sobre um pires amarelo, o sanduíche.
Com a boca cheia d'água, amarga, cortada e tomada por curiosidade, deu uma dentada.
"Saboroso..."
O gosto final era fatal. Um anestésico mortal.
Sanduíche de migalomorfa.
Morreu por causa do veneno.
Viu sua vida em dois segundos.
A infância rolando junto com o feno, a adolescência se apagando junto com seus cigarros e...
Alana, Alana, Alana, Alana, Cuidado, A lama, A ama.
Despertou ao amanhecer, ficou na cama por alguns minutos organizando seus pensamentos.
Não rezou, não agradeceu, não acreditava... E ainda ria de quem por ele orava!
Pisou no chão gelado, perdera a meia em meio à cama.
Se arrastou pelas paredes, com um olho aberto e outro fechado, estava acostumado...
Apoiou-se na pia, olhou-se no espelho, não gostava do que se via.
Cadê a luz que irradia?
Um reflexo saía de seus olhos verde-água.
Deixava correr a água pelas mãos quentes.
Sorriu, só pra ver se ainda tinha todos os dentes.
Seu braço magro, coberto por hematomas, só tinha força pra estender uma rosa a quem amava.
A quem por ele orava e chorava, por ele acreditava.
Vestiu sua camisa amarrotada e seguiu rumo a cozinha bagunçada.
Morava sozinho porém, acompanhado.
Morava sozinho em seu quarto, morava sozinho em sua vida.
Uma vida que não tinha vida, uma vida morta já que era um morto-vivo.
"Bom dia!" - era o que o bule o desejava.
"Bom dia só se for pra você, bule estúpido!"
Olhou para os armários e notou que estavam todos fechados. A louça, lavada. A pia, arrumada.
Fez uma cara de espanto e seguiu até a lavanderia. Roupas passadas, camisa engomada, e um bilhete. "Não coma o sanduíche. Com amor, Alana."
"Ora, que inferno. Quem cuida de alguém aqui, sou eu!"
Cuidava de Alana como se fosse sua filha. Mas não cuidava de seu eu, de seu seu.
Voltou para a cozinha e lá estava, sobre um pires amarelo, o sanduíche.
Com a boca cheia d'água, amarga, cortada e tomada por curiosidade, deu uma dentada.
"Saboroso..."
O gosto final era fatal. Um anestésico mortal.
Sanduíche de migalomorfa.
Morreu por causa do veneno.
Viu sua vida em dois segundos.
A infância rolando junto com o feno, a adolescência se apagando junto com seus cigarros e...
Alana, Alana, Alana, Alana, Cuidado, A lama, A ama.
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