Mordaça, trapaça, arregaça a manga, amassa a canga. Prende o ar e cobre o corpo com a cortina cinza.
Desatina com a fina fita branca, enforca as origens, pega o cabelo e o leva até as narinas.
Sente o cheiro e sente muito.
O velório está marcado e um lugar está guardado, no purgatório.
Ouvia um falatório em sua cabeça e uma voz ecoando sozinha. Sussurrando que tinha alguém vendo o atentado, atendo, sangrento.
Eu era a voz, eu era a vítima, eu era quem via.
Se ao menos pudesse contar isso à alguém um dia...
A lágrima quente escorria e tocava a mente que mente.
Mente mas sente. Sente o frio vindo, lento, tomba, morre e é sugado para um lugar onde o fogo queima a alma.
Foi um presente.
Um comentário:
seus texto são para ser ouvidos e não lidos...
Como lido com isso?
Não lido?
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