terça-feira, 31 de agosto de 2010

"Eu sou uma mulher sinistra, aqui no meu canto eu faço tudo pegar fogo. Sabe como é, né... Intensidade me sobra, precisam ver o meu show como é visceral, é víscera pra tudo que é lado, fico a imaginar os corpos se explodindo e sobrando intestino na direita, fígado mais pra esquerda, vou montando. Mapeio direitinho pra banda não se espatifar. Eu canto, eu canto e sou sinistra. Uma vez falei amor no microfone e todo mundo saiu correndo, precisa ver...
Acho até que as pessoas me imaginam tomando banho numa banheira daquelas bem antigas, cheia de sangue transbordando.
Eu me enforco fácil com os dias. Ih, não tenho muito tempo pra você não, nem vem atrás. Eu vou é buscar qualquer coisinha ali no centro só pra perceber qual é a do trânsito hoje. Tomei um tapa de um molequinho sexta passada, ouvido zunindo o resto da noite, sorte que me perdi na night e nem liguei, tomei umas, umas duas, três, acho que umas seis... Fiquei lóki pela Lapa sozinha, nem ligo, isso é ser alternativo, não é não? Fora a calça apertada... Mas aí, se quiser ir lá qualquer dia, o meu apartamento é aquele que tem um buda bem na entrada porque eu acho buda sinistro..."



E enquanto ela achava que andava pra frente, eu ficava atrás, só rindo, só.

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