quarta-feira, 8 de abril de 2009

Disparo de disparate

A ferida que coça, a água que dança pelos olhos cerrados, a mão e a bolha de sabão, a rima toante e a consoante, o fino fio roçando a ponta do nariz, a cutícula e o dedão, o mosquito e o dedinho do pé, o recheio da torrada atraído pelo chão, a velha cega e a padaria, a criança beirando as calçadas, o calo beijando o seu tênis novo, a neosaldina e a dor de cabeça. O espelho perdido na bolsa. A bolsa perdida nos braços. Os braços perdidos no vento. O vento perdido no tempo. O tempo perdido em mim. Eu perdida em meu templo, o templo perdido no mundo.



E o mundo perdido no fundo. Do poço.
O choro da criança, o riso do velho e a trapaça do moço...


Nada mais incomoda.



Fingir que quem corre é a avenida e não o carro virou moda.

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