"...Dezoito, dezenove, vinte! Lá vou eu".
Corri até o lago.
Desci as escadas que levavam até o porão.
Passei três vezes pela mesma árvore,
pela estatueta de mármore,
e pelo jardim de margaridas.
Ah! E eu desesperava!
Despetalava,
Me sujava e me lavava
e quanto mais água eu botava,
mais eu me manchava!
Mas no final de cada pique,
no final de cada linha,
eu percebia que cores pra pintar era o que eu mais tinha!
Mas no início de cada palma,
no início de cada poesia,
eu descobria que ainda havia o resto do todo do dia.
E a cada segundo eu me despia.
E a cada roupa que caía, surgia outra melodia.
Nessa de se esconder, me aparecia sempre mais um lago,
mais uma escada,
mais uma árvore,
mais uma estatueta de mármore.
E mais mil e uma margaridas.
Ai, ai, são tantas voltas,
tantas vindas e vidas...
Tantas idas!
2 comentários:
Não consigo parar de mencionar a profundidade e seriedade com que tratas as palavras. Sempre verdadeiras e certeiras!
Mais um lindo post! =)
Que poesia, que arte maravilhosa!
Invejo sua capacidade - inerente - de captar o todo em pouca coisa que nos basta!
Gosei demais da conta!
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