Feito de realidade, num passe de mágica, fez-se a erguer no meio da sala.
Sem cor, mas com cheiro, talvez feito de amor, surgiu como o mar
e sumiu como ar
Eu não lastimei, mas senti a pontada
e depois passei uma daquelas pomadas, pra tentar aliviar.
Feito de açúcar sem ser refinado, tinha cortinas de fino trato
e a muralha que cercava era uma fita branca de cetim
E eu a sorrir, esperava o banquete e meus convidados.
Ilusão doce como a sobremesa, porque dentro de toda a beleza
só cabia a mim.
Ilusão amarga como coentro,
eu era o centro.
E no resto da sala
eu só via a porta.
E a minha enorme mala.
4 comentários:
A ilusão surge, mas o vazio é que prevalece.
Lindo e profundo texto!
arrepiou os pelin, juro ;**;
léxico requintado.
Gostei da sensibilidade :**
depois quero falar com você sobre esse texto :}
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