sexta-feira, 25 de julho de 2008

As flores de Marco Antônio.

Numa noite fria, o Poeta e sua dama conversavam e tomavam chá, sentados em cadeiras cor- de- laranja:

- E as flores de Marco Antônio, minha Flor?
- Ah! As flores de Marco Antônio cá não estão mais, porém o aroma permanece na janela de meus aposentos.
- Eram tão belas! Passe-me o açúcar, por favor?

A Flor, paralisada, entrega o açucareiro nas mãos que acariciam seu rosto pela manhã, e se prende em pensamentos infinitos, "As Flores de Marco Antônio... As Flores de Marco Antônio..."


- Meu Poeta, é um belo nome para uma minissérie.
- Ora, pois isso é nome de livro! Isso é nome de livro! - repetiu, batendo os pés.

A Flor se prendera novamente em seu infinito real, pensando no nome, pensando nas flores, pensando no cheiro, no abraço, em Marco Antônio.

"Por onde andas, Marco Antônio?"

- Pois bem, escreverei sobre suas flores. Dou-te os créditos pelo título, Poeta.
- Flor, um verdadeiro artista reconhece seus próprios feitos!


Contemplo a perfeição de suas flores, Marco Antônio... Permita-me?
É fato que ele permitiria! Pois que graça teria, perder seu tempo atrás de tão belas flores para a amiga Flor?

Marco Antônio, um menino de coração puro, dono de uma fidelidade imensa. Foi assim que conquistastes a amizade da Flor?
Foi assim que conquistastes o coração da Flor. Foi assim que entrastes em suas histórias, bizarras histórias de amor. Muitas... Todas, menos uma, com um final. Feliz ou não.
Marco Antônio, Marco Antônio, estás ao lado esquerdo do corpo da Flor. Guardado e prezado em sua memória, em sua morada, em sua calçada.
Lembrado em todas as manhãs e durante a escuridão.

E a Flor se debulhava em lágrimas lembrando da noite em que ele se dizia adoecido.

"É doença grave, Flor... se eu me for, nunca duvides de meu Amor.”

Chorou durante a madrugada inteira, rezou durante a madrugada inteira... Durante a semana inteira.
Foi um belo susto.
Marco Antônio e suas peças! E seus teatros, personagens... Muitos personagens.
Todo cheio de drama (épico!).


É digno ressaltar que o perfume das flores de Marco Antônio continua a vagar por este quarto.
Cada qual com seu nome, sua essência flor, cor.

Mas essa já é outra história...

Um comentário:

Willian disse...

Seu texto tem cheiro de baunilha...

Gonçalves Dias diria:

"Que inspiram falas de amores!
Dá-lhe o tronco - apoio, abrigo.
Dá-lhe ela - perfume amigo,
Graça e olor!"


Bjinhosss