Arranhava com a ponta do lápis um pedacinho mísero de papel amassado, quase rasgando, arrastava um dedo sobre o outro, um movimento forte que marcava o tempo certo, de oito em oito carícias olhava pro lado pra vê-la dormir. Trocava a noite pelo dia como quem troca sorvete por batata frita, e dessa última comia os dois juntos, comia como se fosse a última coisa a engolir todas as noites. O humor tinha sido exilado, e no exílio levou também as preces, aquelas anotadas no rodapé do panfleto da igreja logo após desistir da ave maria; mas o pai nosso rezava todos os dias depois do primeiro ato.
"Agora o meu coração tá tranquilo."
Nenhum comentário:
Postar um comentário