(...)
Dizem que o ano só começa depois do carnaval.
Pois bem, meu bem, pulei o carnaval sem dó nem piedade. Mal vi o movimento todo que se fazia na cidade. Com serpentes e serpentinas e já com essa idade, parecia que o que eu não tinha era vontade de sair e respirar. Bastava minha casa e minha cama.
Adormeci.
Mas não morri.
Eu até pensei que não daria conta do pranto que sobrava em cima da mesa, ao lado da xícara de nostalgia. Naquela noite, faltava a alegria (ela tinha saído com os amigos).
Nas semanas seguintes eu andei pela rua, e lavada pela chuva em alguma esquina, encontrei a cura da minha alergia.
Veio em forma de abraço, embalado com o badalo do sino das dez da noite, com a brisa da estrada cheia... Veio em forma de sorriso de anjo, em caminhos de veia...
O ano foi bom, foi pleno, foi puro. E dessa vez eu aprendi a reconhecer quando é veneno.
Não me faltou nada, apesar de entrar em contradição a cada vez que paro pra pensar e reviver alguns momentos.
Foi leve feito vento.
Consegui descansar.
Agora eu sei o que fazer, o que buscar.
E eu vou encontrar.
Tudo depende do início.
Bom 2009,
Que não lhes falte serviço.
Rebecca Garcez.
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