2011 foi, de fato, o ano do onze.
Geralmente escrevo sobre meu ano no último dia dele, que é pra finalizar o ciclo de uma vez por todas e me considerar limpa depois dos fogos.
Não o fiz talvez pela correria no trabalho, em casa, nos preparativos, mas acho que cabe dizer aqui que quis fazer da virada uma vírgula e não um ponto final.
Meu ano foi crescimento. De janeiro a, nesse caso, janeiro.
Comecei sem lar, sem faculdade, sem emprego, sem par e ao mesmo tempo com tudo. Assisti a festa da Avenida Paulista no apartamento enorme da Susi ao lado da família, rindo, comendo, aproveitando os tios e primos. Depois voltei pra cidade de sempre, na casa de sempre, com os móveis de sempre pra esperar o resultado do vestibular.
Passei, me matriculei, me desesperei atrás de casa até voltar pro Rio e dar início a isso que não quero finalizar aqui, como disse ali em cima. Pra quem nunca tinha trabalhado, mudei de emprego três vezes. Encontrei no meio do caminho uma pessoa que é de verdade. Troquei de casa, pulei de galho em galho, aprendi a fazer abobrinha recheada, a usar máquina de lavar. Aprendi a não faltar com os compromissos só porque tá chovendo e parei de inventar dor de cabeça pra mamãe me buscar mais cedo.
Aprendi.
No tempo dos homens estamos entrando em mais um bloco de vida, em mais uma chance, em mais promessas de começar a dieta na segunda. Eu só quero continuar o que comecei ano passado. Continuar a crescer sem parar, a aprender, a fazer com que as coisas se movam de fato sem ficar reclamando no sofá comendo trakinas. Quero conquistar meu espaço, construir minha casa, valorizar e tentar fazer com que meu exterior diga um pouco mais sobre o que há do lado de dentro. Quero mais cor. E nada disso me soa como meta.
A meta desse ano doze é deixar de lado os maus hábitos. O resto eu já aprendi como faz.
É só continuar buscando.
... Aí eu passei a virada de azul.