"é incrível como as vezes eu sinto frio. há noites eu sinto frio... e talvez nem seja pela chuva que lavou o rio. é cru, no duro, frio. eu juro que não entendo, eu cavo, cavo, poço adentro e sempre me encontro lá, procurando um pé da bota que tirei pra entrar em casa. bem me lembro como era rasa a vida. engraçado que continua sempre rasa e eu sempre intenso sempre tentando ser mais do que sou e sempre acabo não sendo nada além do que fui dia desses.
eu olho pro lado e não vejo ninguém
eu olho pra frente e não vejo ninguém
surreal como a gente se sente sozinho quando o frio entra e só sobra você, o pires sem a xícara, a xícara sem chá, o chá sem açúcar e o açúcar... sem sal."